Fonte sustentável de riqueza, pirarucu desponta como base de novos negócios

Peixe soberano dos grandes lagos da região, o pirarucu pode ser fonte inestimável de negócios que podem ir muito além das delícia gastronômicas servidas à mesa. Do couro beneficiado que pode ser matéria-prima de bolsas, sapatos e vestuário à produção de biomoléculas, como colágeno, as oportunidades de aproveitamento de pele e resíduos do pirarucu são também perspectivas promissoras de mercado.

Essas são as conclusões dos técnicos, especialistas e representantes das comunidades produtoras que participaram do painel “Oportunidades de beneficiamento da pele do pirarucu”, promovido pelas secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência,Tecnologia e Inovação  (Sedecti), de Produção  (Sepror) e de Meio Ambiente  (Sema), na Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus – fesPIM, que encerra-se amanhã (29/11).

Na abertura dos debates, os secretários de Desenvolvimento, Jório Veiga, e de Produção, Petrucio Magalhães, reforçaram a ação integrada entre os diversos órgãos do Governo para tirar do papel os projetos que vão permitir agregação de valor aos produtos derivados do pirarucu. A secretária-adjunta da Sema, Christina Fischer, destacou o trabalho realizado no manejo de pirarucu em unidades de conservação e em áreas com acordos de pesca regulamentados pela secretaria.

Há 10 anos no mercado, o proprietário da Nova Caeru, Paulo Amaury Marques, reconheceu que o beneficiamento do couro do pirarucu ainda é incipiente mas será eficaz e perene por tudo o que simboliza. “É a defesa da floresta e de um modo de vida. Isso torna esse peixe tão especial”, destacou.

Antônio José Inhamuns, do laboratório de Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), chamou a atenção para os resíduos do pirarucu como fonte de biomoléculas, como o colágeno utilizado na regeneração de pele e ossos.

A secretária executiva da Sedecti, Tatiana Schor, lembrou que o pirarucu é muito valioso mas que é preciso clareza quanto à importância das unidades de conservação e os comunitários, que são os detentores do saber tradicional e que precisam fazer parte dos negócios. “É preciso haver distribuição igualitária dos ganhos”, acrescentou Schor.